No século XX, Prebisch foi uma figura de relevância ímpar para o pensamento econômico e para a concepção de instituições e políticas econômicas na América Latina, ao ponto de muito poucas personalidades latino-americanas terem exercido mais influência do que ele na região. Prebisch chegou a ser chamado de o Keynes da América Latina. A sua contribuição no plano da formulação de políticas econômicas em favor do desenvolvimento foi notável pelo seu grau de pertinência histórica e por abrir para a maioria dos países do continente a possibilidade real de transformar suas estruturas econômicas e sociais, talvez pela primeira vez desde que haviam se constituído como Estados nacionais.
No entanto, o pensamento de Prebisch ainda é relevante nos dias atuais? E, ainda mais importante, a despeito de sua figura ser indispensável para entender a história da América Latina no século XX, Prebisch nos ajudaria hoje a compreender o presente e a explorar o futuro dos países da região?
Esta seção tem como objetivo responder a essas perguntas.
Selecionamos um conjunto de temas a respeito dos quais Prebisch e a CEPAL fizeram importantes contribuições com o intuito de poder analisar essas contribuições originais, a evolução história e a situação atual da questão, tanto em termos empíricos quanto teóricos.
Também procuramos a maior colaboração possível de especialistas, sempre insistindo em que o objetivo não é fazer um resgate dessas ideias originais, mas sim, fundamentalmente, estudar a situação atual e as perspectivas para o futuro e, ao mesmo tempo, considerar e avaliar as contribuições de Prebisch e da CEPAL, e examinar se elas ainda são válidas ou não.
Cada tema é apresentado em três diferentes níveis de profundidade. Primeiro, delimita-se o problema em um texto muito breve. Em seguida, vem um resumo simples do tema, a forma como Prebisch e a CEPAL o conceberam, o debate posterior e a validade atual do problema. Por último, para os que buscam uma análise mais detida em termos acadêmicos, apresenta-se um texto mais longo no intuito de passar em revista as contribuições pertinentes e a situação atual da questão.
Os temas selecionados não têm uma estrutura fixa. São os próprios debates, pesquisas e mudanças históricas que porão em destaque os diferentes aspectos e, por sua vez, levarão à abertura de novos temas ou ao agrupamento de outros. A intenção é que essas seções tenham vida própria e desencadeiem debates dinâmicos e palpitantes.
O primeiro grupo abrange os seguintes temas:
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